Ativistas do Greenpeace protestam em frente ao Itamaraty durante visita do presidente da Comissão Européia a Brasília. A Europa é o maior importador de madeira da Amazônia, mas não tem um controle rígido de sua procedência. Estima-se que 80% da madeira que sai da região seja produzida de forma ilegal.
(DF), Brasil — Ativistas do Greenpeace protestaram em frente ao Itamaraty, em Brasília, durante almoço do presidente brasileiro com representante da Comissão Européia.
Ativistas do Greenpeace protestaram nesta quarta-feira em frente ao Palácio do Itamaraty, em Brasília, durante almoço do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso. Uma faixa foi estendida no local com os dizeres: "Chega de madeira ilegal e desmatamento na Amazônia".
"Queremos alertar os governantes da União Européia que, ao comprarem madeira do Brasil sem garantias de procedência, eles podem estar financiando, em euros, a destruição da Amazônia", afirmou Márcio Astrini, da campanha de Amazônia do Greenpeace Brasil, que participou do protesto.
"A União Européia e o Brasil precisam agir agora para proteger a Amazônia e contribuir para o uso sustentável dos recursos da floresta. Uma nova legislação se faz necessária para regular os produtos de madeira que saem da região e tirar do mercado empresas madeireiras desonestas.", diz Sébastien Risso, da campanha de Política Florestal do Greenpeace Europa. "Consumidores precisam estar seguros de que não estão contribuindo para crimes florestais em suas compras."
A União Européia é o destino final de quase 50% das exportações de madeira da Amazônia brasileira e estima-se que 80% da madeira explorada na região sejam produzidos de forma ilegal. O governo brasileiro admite que pelo menos 63% da produção anual de madeira da Amazônia - 40 milhões de metros cúbicos - sejam ilegais. No entanto, essa madeira sai dos portos brasileiros totalmente legalizada graças às falhas no sistema de controle e monitoramento da produção.
Confira como a madeira sai da floresta amazônica e chega até a Europa:
As empresas importadoras européias, por sua vez, justificam estarem comprando madeira com documentos legais quando, na realidade, estão financiando a exploração ilegal que segue destruindo grandes áreas de florestas, promovendo o desmatamento, facilitando a grilagem de terras e incentivando a corrupção e violência contra comunidades da região.
Na segunda-feira (17/03), ativistas do Greenpeace abordaram o cargueiro Galina III que trazia madeira da Amazônia para a França. Eles impediram que o navio atracasse no porto de Caen por mais de 24 horas. Os ativistas só deixaram o cargueiro depois que o governo francês anunciou que apoiará nova legislação na União Européia regulamentando a importação de madeira para evitar a compra de produtos de origem ilegal.
O Greenpeace quer que a Comissão Européia aprove em maio a proposta de reforma da legislação e que a França apóie o processo. O país é o principal consumidor de madeira da Amazônia, junto com Holanda, Espanha e Portugual, e assumirá a presidência da Comissão Européia a partir do segundo semestre de 2008.
O Greenpeace lançou na segunda-feira (dia 17/03) o relatório Financiando a Destruição que revela como a produção ilegal de madeira da Amazônia continua sendo um problema crônico não resolvido pelo governo brasileiro e pelos estados da região - apesar do tema ter sido incluído no Plano de Ação para Controle e Prevenção do Desmatamento, lançado em março de 2004.
Fonte: Greenpeace Brasil
segunda-feira, 24 de março de 2008
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