segunda-feira, 7 de abril de 2008

Desmatamento leva cobras para centros urbanos, dizem especialistas


O aumento no número de cobras encontradas no meio urbano, em diversas cidades do país, pode ser justificado pelo desmatamento e pela destruição do habitat natural desses animais. É isso o que explica o coordenador de fauna do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), João Pessoa Moreira.

Veja fotos de cobras encontradas pelo país

Para Moreira, o homem tem avançado e destruído os ambientes naturais desses e de outros animais. “Temos visto também o aparecimento de grandes felinos nas cidades. Isso acontece, tanto no caso das cobras como no caso de quaisquer outros animais, porque, em uma medida de emergência, as espécies vão procurar alimento nos conglomerados urbanos”, explica.



Segundo o biólogo Fausto Barbo, do Instituto Butantan, que realiza um trabalho de doutorado da Universidade Estadual Paulista (Unesp) sobre serpentes no meio urbano, algumas espécies de cobras podem se adaptar melhor do que outras ao meio urbano, como é o caso da falsa coral, da dormideira e da jararaca, em São Paulo.
Ainda de acordo com ele, não só o desmatamento pode trazer as cobras para as cidades. Outra possibilidade é que a cobra seja trazida de uma zona rural, como aconteceu na segunda-feira (31), em Belo Horizonte (MG), quando o dono de um veículo trouxe um filhote de cascavel em seu carro, sem saber, depois de uma pescaria. “Algumas cobras que chegam ao Instituto Butantan, por exemplo, vêm do Ceasa, nos caminhões de frutas e verduras”, afirma.

Plano de Ação para combater queimadas será lançado

Técnicos do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) iniciou há um mês a discussão sobre o Plano de Ação 2008, que prevê o combate a queimadas.

Os itens e estratégias contidas no plano vêm sendo discutidos com servidores da Secretaria de Meio Ambiente do Estado e a previsão é de que o documento esteja pronto para ser lançado no dia 21 de abril.

Segundo o superintendente substituto do Ibama, Sebastião Silva, os órgãos ambientais têm tido bastante preocupação com relação a desmatamentos e queimadas no Estado do Acre, já que os infratores sequer estão esperando a época de estiagem.

"Em janeiro, em plena época de chuva, foram detectados desmatamentos em Boca do Acre, em Lábrea e em alguns pontos da região do Vale do Juruá. Nós sabemos que o período típico de os infratores entrarem em ação é a partir de agosto até novembro. Mas eles tentam driblar a fiscalização desmatando em outras épocas", disse o superintendente.

Silva reforçou que desde 2005, quando o Acre enfrentou grandes incêndios florestais, os planos de ações vêm sendo elaborados mais cedo para evitar reincidências.

Ele disse ainda que muitos pontos do plano ainda faltam ser acertados e por isso seria precipitado divulgar alguma informação sobre o documento. Entretanto, ele afirma que não existirá locais prioritários para a execução de ações por parte do Ibama e da Secretaria de Meio Ambiente. Todos deverão ser atendidos de forma intensificada.

"O Estado inteiro é considerado prioritário. Então, estaremos com a ação de combate a queimadas intensificada a partir da última semana de abril", reforçou.

De acordo com os relatórios feitos pela instituição, os municípios de Rio Branco, Acrelândia e Plácido de Castro são os que apresentaram maiores problemas com desmatamentos e queimadas no ano passado.





Fonte: Portal do Meio Ambiente / Portal REMADE / Página 20.