terça-feira, 29 de julho de 2008

ONU avaliará metas ambientais do Brasil


PNUD prepara estudos sobre o desempenho brasileiro no Objetivo do Milênio ligado a preservação, habitação e acesso a água e saneamento

SARAH FERNANDES

O PNUD deve lançar, no ano que vem, estudos sobre o desempenho do Brasil nas metas ambientais que o país assumiu junto à ONU: preservar o meio ambiente e ampliar o acesso a saneamento básico, água potável e habitação adequada, como prevê o sétimo dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (uma série de indicadores socioeconômicos que os países da ONU se comprometeram a atingir até 2015).

As análises serão elaboradas por três consultores a serem contratados pelo PNUD. Eles devem utilizar dados já existentes para verificar os pontos positivos e negativos das ações implantadas para alcançar as metas. A idéia é que os estudos ajudem a direcionar políticas públicas e investimentos ambientais. A seleção dos consultores começa na segunda-feira, um dia após a data final para envio de currículos.

Cada consultor vai ficar responsável por analisar dados referentes a uma das três metas que compõem o Objetivo 7: reverter perda de recursos ambientais, reduzir pela metade o número de pessoas sem acesso a água potável e saneamento básico até 2015 e melhor a qualidade de vida de pelo menos 100 milhões de habitantes de bairros degradados até 2020.

O relatório deve ser lançado no primeiro semestre de 2009 em versão impressa e digital. Ele é resultado de um compromisso assumido entre o PNUD e o Ministério do Planejamento para monitorar os Objetivos do Milênio. A intenção é avaliar o desempenho do Brasil em todas as metas.

“O Objetivo 7 diz respeito a como o país olha para seu espaço físico. Além disso, avalia saneamento, uma área em que o Brasil não tem avançado tanto como saúde e educação, por exemplo”, afirma Aldicir Scariot, técnico do PNUD especialista em meio ambiente. De 2001 a 2006, a proporção de brasileiros sem acesso a água encanada caiu de 14,41% para 10,32%. Em saneamento, a porcentagem de moradores de domicílios sem ligação com rede de esgoto recuou de 61,29% para 53,98%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em relação à preservação do meio ambiente, o país criou 50 novas unidades de conservação federais entre 2003 e 2006, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente agrupados no Relatório de Acompanhamento dos Objetivos do Milênio de 2007. Além disso, o Brasil vem reduzindo o uso de substâncias destruidoras da camada de ozônio. “O consumo de CFC — presentes em geladeiras e aparelhos de ar condicionado — caiu mais de 90% entre 1999 e 2006”, afirma o relatório.

Sobre a habitação, o país reduziu em 19,65% o percentual de pessoas em domicílios subnormais entre 1991 e 2000, segundo o censo do IBGE. Apesar disso o déficit habitacional é de 7,9 milhões de domicílios e afeta principalmente as famílias de abaixa renda, de acordo com o relatório dos Objetivos do Milênio.







Fonte: PNUD Brasil.

Eclipse do Sol será espetáculo nas regiões mais remotas


Totalidade será visível no norte do Canadá, na ponta da Groenlândia, partes da Rússia, China e Mongólia

WASHINGTON - Um eclipse total do Sol vai escurecer os céus de parte da Terra na sexta-feira, 1º de agosto, mas geografia, economia, clima e até os Jogos Olímpicos combinaram-se para fazer com que seja muito difícil, ou muito caro, observá-lo diretamente.

Website do eclipse - Nasa

A ocultação completa do Sol, que ocorre quando parte mais escura da sombra da Lua cai sobre a Terra, só poderá ser vista nos locais mais remotos: o extremo nordeste do Canadá, a ponta da Groenlândia, partes da Rússia, China e Mongólia, incluindo o Deserto de Gobi. Para quem não puder estar lá, o show entrará ao vivo na internet.

Algumas das áreas onde o eclipse terá maior duração - incluindo partes do Ártico - têm probabilidade de 75% de tempo ruim, o que tornará a observação difícil até para quem estiver passando por lá.

Mas os caçadores de eclipses mal podem esperar.

"É tão raro e incomum que seria triste deixar passar a oportunidade", disse o astrofísico da Nasa Fred Espenak, que acompanha eclipses desde 1970 e tem seu próprio website, o Mr. Eclipse. Ele estará no norte da China para assistir ao espetáculo, com um grupo de turistas.

Os Jogos Olímpicos, que começam uma semana depois em Pequim, fizeram com que ficasse mais caro e difícil obter passagens e hospedagem, disse Espenak. E a alta mundial dos preços da gasolina também não está ajudando, disse o editor emérito da revista de astronomia Sky and Telescope, Richard Fienberg.

Passeios turísticos para acompanhar eclipses costumavam custar de US$ 1 mil a US$ 2 mil, mas muitos roteiros da China já estão em US$ 3 mil ou US$ 6 mil, fora o transporte aéreo. Para acompanhar Fienberg a um cruzeiro pelo Ártico será preciso desembolsar US$ 23 mil.



Fonte: Estadão Online Ciência / Associated Press.