terça-feira, 1 de abril de 2008

Empresa de Itapuí apresenta projeto de expansão para lideranças do PSDB

Itapuí - O diretor-presidente da Itabom, o empresário Pedro Luiz Poli, detalhou aos dirigentes do PSDB de Itapuí (44 quilômetros de Bauru) o projeto de construção de um incubatório para produzir pintos em uma área de 48 mil metros quadrados na rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-225), a Bauru-Jaú, nas proximidades do trevo de acesso a Macatuba, no município de Pederneiras.

De acordo com Poli, o novo empreendimento terá capacidade para produzir 4,2 milhões de ovos por mês, dos quais gerarão cerca de 3,6 milhões de pintos no mesmo período. “Na primeira fase, vamos gerar cerca de 120 empregos diretos para a população de Pederneiras e seremos pioneiros no rastreamento da qualidade da produção, desde a galinha que bota o ovo até o frango que chega ao consumidor, uma inovação no mercado nacional”, garante.

Ao explicar o projeto para o presidente de honra do partido, Adolpho Saggioro, e para o pré-candidato a prefeito e presidente do PSDB de Itapuí, José Eduardo Amantini, o empresário acrescentou que o incubatório terá equipamentos de ponta importados da Holanda. Durante a visita de cortesia, no último dia 11, Saggioro e Amantini conheceram a linha de produção automatizada da empresa, que abate cerca de 150 mil frangos por dia e gera mais de 2 mil empregos diretos em Itapuí, o que corresponde a 20% da população.

O presidente do PSDB local explica que, em recente pesquisa de opinião pública realizada em Itapuí, apenas 2,9% dos entrevistados consideram a geração de novos empregos como uma das principais prioridades do município.

Fonte: Jornal cidade de Bauru

MP investiga compra de área em Itapuí

Fonte: Jornal Comércio do Jahu

O promotor Jorge João Marques de Oliveira instaurou inqué-rito civil para apurar o valor gasto pela prefeitura de Itapuí com a compra de dois alqueires (48,4 mil metros quadrados) por até R$ 280 mil. A área, localizada depois do Balneário Mar Azul, deve abrigar 130 casas populares. A denúncia de possível irregularidade na transação fora levantada pelo presidente da Câmara, Valdir Maia (PDT).
Maia encaminhou representação ao Ministério Público na última semana. “Estamos fazendo levantamento do valor da área do entorno da gleba adquirida pela prefeitura e está muito fora, a terra em Itapuí não vale tudo isso.” O presidente da Câmara diz que o alqueire na zona rural da cidade, onde a gleba está situada, vale cerca de R$ 80 mil.

A Câmara, que tem maioria governista, aprovou o projeto de lei que autoriza o pagamento de R$ 280 mil pela gleba no dia 5 de março. O prefeito José Gilberto Saggioro (PPS) diz que o valor máximo aprovado foi de R$ 140 mil por alqueire e a compra foi feita por R$ 130 mil.

Ao contrário de Maia, o chefe do Executivo afirma que a área está dentro do perímetro urbano. “Foi feito tudo como manda a lei, primeiramente com avaliação da área, mandado para a Câmara, aprovado, e depois foi feita a compra. Eu não vejo sentido nisso (da representação feita por Maia ao Ministério Público), apenas mais um fato político.”

Peritos

Oliveira disse que vai se pronunciar somente depois da conclusão do inquérito. Peritos do Ministério Público farão avalia-ção do valor da área e, caso as supostas irregularidades sejam constatadas, o promotor pode instaurar ação civil pública contra Saggioro por ato de improbidade administrativa.

Maia enviou ao Comércio ontem mapa do local no qual se verifica que a área a ser desmembrada e loteada fica a cerca de dois quilômetros da cidade. “Além disso, o final da infra-estrutura fica a cerca de 500 metros do terreno. Quanto vai custar para chegar até lá, se não tem dinheiro nem para fazer a infra-estrutura em bairros já existentes?”, indaga o presidente da Câmara.

Em janeiro, o promotor de Justiça Celso Élio Vannuzini e os defensores públicos Luís Gustavo Fontanetti Alves da Silva e André Spilari Bernardi se reuniram com Saggioro e exigiram a formalização de dois Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) para que a prefeitura pavimente vias e complete a instalação de redes de galerias pluviais e de esgoto no Balneário Mar Azul.

Ingleses ensinam a transformar resíduo em dinheiro

Uma iniciativa britânica, que está sendo apresentada a empresários brasileiros, mostra que é possível ganhar dinheiro por meio do uso eficiente de recursos e redução de resíduos. Em 30 meses de existência, o Programa Nacional de Simbiose Industrial do Reino Unido (Nisp, sigla em inglês) ajudou a elevar em mais de R$ 432 milhões as vendas da indústria e, em R$ 272 milhões, os investimentos do setor privado, disse Beatriz Luz, gerente regional do programa, durante encontro promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Embaixada Britânica no Brasil. Uma análise econômica independente do programa demonstrou que o governo do Reino Unido gasta menos de dois centavos em investimento no programa para cada libra (R$ 3,30) em vendas adicionais geradas as empresas participantes.

O programa busca transformar em capital, resíduos e subprodutos resultantes de processos de produção. "Nós trabalhamos como uma consultoria. A empresa nos procura com um problema, que pode ser o elevado volume de resíduos gerados no processo. Nós estudamos as possibilidades de sinergias e a saída pode estar em outra empresa, que, ao reprocessar o produto, pode reutilizá-lo com um preço melhor do que se fosse ao mercado comprar uma ¿matéria-prima virgem¿." Resultado: ganham as duas pontas. A que tinha "lixo" e viu sua receita crescer com a possibilidade de emprego do material por outra indústria, e a que comprou, que desembolsou menos recursos na aquisição da matéria-prima alternativa.

Um exemplo concreto citado pela representante do Nisp é o da parceria entre uma empresa química e uma alimentícia. "Um produtor de tomates queria ampliar sua produção, mas os custos elevados não viabilizavam o projeto. Havia uma empresa química que lançava gases na atmosfera e queria eliminar essas emissões. Juntamos os dois. Os gases que antes eram lançados na atmosfera, entre eles o CO2 e vapor quente, passaram a ter uma destinação do bem. Foram canalizados para uma estufa produtora de tomates, reduzindo o custo de produção."

Beatriz diz que o programa já conta com mais de 10 mil empresas. Mais de 80% dos membros do Nisp são pequenas e médias empresas. Um estudo desenvolvido pela Universidade de Birmingham mostra que, dos negócios realizados por empresas no âmbito do programa, 75% incluíram processo de inovação, 50% envolveram melhor prática e 20% novas pesquisas.

Além do negócio propriamente dito, há outros ganhos, como o ambiental, diz Beatriz. Desde a criação do Nisp, em 2005, deixou-se de lançar 2,95 milhões de toneladas de resíduos empresariais em aterros, eliminou-se mais de 310 mil toneladas de resíduos perigosos e reduziu-se em 2,5 milhões de toneladas as emissões de CO2.

De acordo com Beatriz, todos os resultados obtidos pelo Nisp são auditados por empresas independentes antes de serem publicados. "Entre os pontos fortes do programa está a sua flexibilidade e inovação tecnológica. É garantido o sigilo absoluto dos dados abertos pelas empresas que procuram ajuda. O programa não força o empresário. A participação é voluntária. O modelo de simbiose industrial vai além das práticas já conhecidas de uso eficiente de recursos, minimização, reúso e reciclagem. Cria-se uma rede de empresas de diversos setores industriais gerando uma comunicação e troca de idéias que até então não existia. O novo relacionamento comercial entre empresas permite um aumento de eficiência de produção, redução de custos e contribui para a sustentabilidade. Criação de projetos mais modernos, destinação mais eficiente de resíduos e o reúso intersetorial, podem criar novas parcerias industriais e até mesmo aproximar centros de pesquisa das indústrias."

Tudo começou em 2005, quando o governo britânico fez um estudo e concluiu que, em média, os aterros do Reino Unido tinham sete anos de vida útil e não havia mais espaço para novos aterros. Era preciso reduzir a quantidade de resíduos produzidos. A decisão foi a de elevar exponencialmente a taxa sobre resíduos de forma a estimular outra destinação. Com o apoio do Legislativo, criaram-se normas e incentivos. Na área da indústria, foram elaborados programas de suporte gratuitos. Paralelamente o programa-piloto do Nisp vinha sendo aplicado em duas regiões. O sucesso e o empenho dos empresários na sua ampliação eram tamanhos que o governo resolveu transformá-lo em um programa nacional. O modelo de consultoria gratuita respeita a lógica regional. O governo entendeu que era mais racional e o retorno mais eficiente com a contratação de consultorias regionais, que pelo seu conhecimento local, contatos etc. poderiam rapidamente identificar as necessidades e buscar soluções para os desafios industriais. Não errou.
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