terça-feira, 25 de novembro de 2008

SMA divulga "ranking" ambiental dos municípios paulistas


Em evento, no Memorial da América Latina, Projeto Município Verde apresentará o resultado das avaliações de 332 cidades do Estado de São Paulo.

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente - SMA divulga, nesta quarta-feira, 26.11, em cerimônia no Memorial da América Latina, o ranking ambiental dos municípios paulistas. Ao todo, 332 municípios receberão uma nota ambiental, que avalia o seu desempenho em dez diretivas que regem o Projeto Ambiental Estratégico Município Verde: Esgoto Tratado, Lixo Mínimo, Recuperação da Mata Ciliar, Arborização Urbana, Educação Ambiental, Habitação Sustentável, Uso da Água, Poluição do Ar, Estrutura Ambiental e Conselho de Meio Ambiente.

Lançado em junho de 2007, o projeto Município Verde surgiu como uma proposta de descentralização da agenda ambiental paulista, considerando que a base da sociedade está nas cidades. A princípio, a equipe do projeto esperava a adesão de, no máximo, 200 municípios. No entanto, 613 assinaram o termo de adesão. Desses, 521 indicaram interlocutores – responsáveis por intermediar o diálogo entre Governo do Estado e as prefeituras –, e 332 entregaram o plano de ação completo, intitulado plano de metas, que permite à equipe do Município Verde avaliar o empenho do município através dos progressos ambientais apresentados na localidade.

Cada município, dos 332, foi avaliado com uma nota, que pode variar de zero a 100. As 44 localidades que tiveram média acima de 80 vão receber o certificado de Município Verde. Além disso, serão premiados os 24 interlocutores mais participativos e as 16 cidades com o melhor desempenho em sua Bacia Hidrográfica, que receberão o prêmio Governador Franco Montoro – homenagem ao político e ex-governador do Estado de São Paulo - que pregava a importância da descentralização como forma de ação política para o fortalecimento dos municípios, já que são neles que a comunidade vive e se identifica. Além disso, os municípios com melhor avaliação terão prioridade na obtenção de recursos junto ao Governo de São Paulo.

Apesar da divulgação das notas, o projeto não termina. Ele é contínuo e, em 2009, uma nova avaliação será feita com os municípios atuais e outros que entregarem o plano de ação.

Mais informações no site: www.ambiente.sp.gov.br/municipioverde

Amazônia deixará de existir se desmate chegar a 50%


A floresta amazônica deixará de existir se mais 30% dela forem destruídos. A afirmação foi feita na quinta-feira, dia 20 de novembro, em Manaus, durante a conferência científica Amazônia em Perspectiva.

"O número agora está consolidado. Se 50% de toda a Amazônia for desmatada, um novo estado de equilíbrio vai existir no bioma", afirma Gilvan Sampaio, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Hoje aproximadamente 20% de toda a floresta amazônica, que tem mais de 8 milhões de quilômetros quadrados, já sumiram "No Brasil, esse número está ao redor de 17%. "

E pode chegar aos 50% até o meio do século. Um estudo de 2006 da Universidade Federal de Minas Gerais prevê que, se o ritmo do corte raso continuar, quase metade da floresta que sobra hoje tombará até 2050.

O novo modelo desenvolvido pelo pesquisador não considera mais a vegetação como algo estático, como ocorria nos estudos apresentados anteriormente. "Desta vez, existe uma espécie de conversa entre o clima e a vegetação", afirma Sampaio, que havia publicado uma versão anterior de seus modelos no ano passado.

De acordo com o estudo, que analisa a situação da floresta num intervalo de 24 anos, a região leste da Amazônia ainda é a mais sensível. Como o clima depende da vegetação, e vice-versa, a ausência de árvores na parte oriental da Amazônia fará com que as chuvas diminuam até 40% naquela região.

"As pessoas têm a idéia de que a floresta cortada sempre se regenera, mas nesse novo estado de equilíbrio isso não deve mais ocorrer, pelo menos no leste da floresta".

O estudo também mostra que a geografia do desmatamento pouco importa para que o ponto de não-retorno da floresta seja atingido. "A questão é quanto você tira e não de onde". Se países como o Peru e a Venezuela, onde a situação da floresta é melhor hoje, começarem a desmatar muito, todo o bioma estará em perigo.

A conseqüência desse novo equilíbrio ecológico será bem mais impactante no lado leste. Sem chuva, a tendência é que toda a região vire uma savana pobre. "Não é possível falar em cerrado, porque ele é muito mais rico do que a capoeira que surgiria na Amazônia."

O oeste amazônico, entretanto, onde estão o Amazonas e Roraima, continuariam a ter florestas, mesmo nessa nova realidade climática. "A umidade continuaria a ser trazida do Atlântico pelo vento", diz.

O desafio brasileiro para impedir que a floresta entre em um novo estágio evolutivo parece até fácil de ser resolvido – no papel. Dos 5 milhões de hectares da Amazônia que estão dentro do país, 46% são protegidos por lei. Mas, na prática, a preservação dessas regiões não é integral.

Uma prova clara disso foi dada ontem também na conferência de Manaus. Dados apresentados por Alberto Setzer, também do Inpe, mostram que entre 2000 e 2007 os satélites registraram focos de incêndio em 92% das unidades de conservação da Amazônia. "Isso me deixa consternado", diz Setzer.

Em Roraima e Tocantins, 100% das áreas de proteção ambiental tiveram incêndios. "Muitas dessas unidades de conservação não têm nem meios para combater o fogo", afirma o pesquisador.

O sumiço de parte da floresta amazônica terá conseqüências imediatas para o Nordeste. "A tendência de desertificação vai aumentar bastante", diz Sampaio. O grupo do Inpe ainda estuda as conseqüências da possível nova Amazônia para as demais regiões do Brasil.

Fonte: AMDA / Portal Folha

São Paulo ganha livro sobre bioenergia


O Governo do Estado de São Paulo, por meio de sua Secretaria de Desenvolvimento, acaba de lançar o livro Bioenergia no Estado de São Paulo, que detalha a situação atual, perspectivas, barreiras e oportunidades geradas pela bioenergia na região.

A publicação, que pode ser consultada gratuitamente na internet, aborda o histórico da produção de bioenergia no estado e a importância de São Paulo no setor, que é responsável por 60% da produção de etanol no Brasil, além dos benefícios ambientais, vantagens econômicas e as ações promovidas pelo governo para o incremento da produção.

O conteúdo da publicação teve origem em seminários técnicos conduzidos pela Comissão de Bioenergia do Estado de São Paulo. Ao todo foram oito seminários que contaram com mais de 500 participantes, nos quais foram debatidos 14 temas de referência previamente preparados por especialistas.

Segundo Alberto Goldman, vice-governador e secretário de Desenvolvimento, com a recente expansão do uso do etanol no mundo como combustível mais limpo do que a gasolina, a cultura da cana-de-açúcar em São Paulo está crescendo rapidamente: o aumento de produtividade na produção de etanol (em litros por hectare) tem sido superior a 3% ao ano nos últimos 30 anos.

“O que o governo do Estado deseja é que essa produtividade continue a aumentar e que a expansão seja feita de forma pouco agressiva, tanto do ponto de vista social como ambiental”, destacou no prefácio da obra, que tem tiragem de 2 mil cópias em língua portuguesa e 500 em inglês.

O livro foi organizado pelo coordenador da Comissão de Bioenergia do Estado de São Paulo e presidente consultivo do Centro Nacional de Referência em Biomassa, José Goldemberg, em parceria com o pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Francisco Nigro, e com a secretária executiva do Centro Nacional de Referência em Biomassa, Suani Coelho.

Mais informações: www.desenvolvimento.sp.gov.br


Fonte: Agência FAPESP.

Cresce a reciclagem dos plásticos no Brasil


780 empresas recicladoras, levantadas na pesquisa da Plastivida, faturaram R$ 1,8 bilhão e geraram 20 mil postos de trabalhos diretos em 2007.

Pesquisa da Plastivida Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos aponta que a reciclagem de plásticos no Brasil deu um importante salto nos últimos anos. Desenvolvida com base em 2007, de acordo com metodologia do IBGE, a pesquisa mostra que, em cinco anos, a atividade no País tem crescido a uma taxa de 13,7% ao ano. Se em 2003 eram recicladas 702.997 toneladas de plásticos, em 2007, esse montante passou para 962.566 toneladas.

A quantidade de empresas recicladoras aumentou. Em 2003, eram 492 no País, contra 780 levantadas no ano passado, o que representa aumento de 14,6% ao ano. O faturamento total da atividade também cresceu, passando de R$ 1,2 bilhão, em 2003 para R$ 1,8 bilhão em 2007. A taxa média de crescimento no período é de 12,1%.

A pesquisa revela também que houve uma evolução na quantidade de postos de trabalho diretamente gerados pela atividade de reciclagem de plásticos no Brasil. Em 2003, eram 11.500 empregos diretos na atividade contra 20 mil constatados no ano passado, crescimento médio de 17,4% ao ano.

Das 780 empresas de reciclagem do Brasil, a região Sudeste concentra a maior parte delas, ou seja, 464 empresas, que representam 59,5% do total. Na seqüência, a região Sul se apresenta com 204 empresas (26,2%). 69 empresas encontram-se no Nordeste (8,8%), o Centro-Oeste conta com 33 empresas (4,2%) e a região Norte do País com 10, que equivalem a 1,3% do total.

Do total dos plásticos reciclados, em 2007, ou seja 962.566 toneladas, o Sudeste aparece em primeiro lugar com 577.540 toneladas (60%); seguido do Sul, com 240.642 toneladas (25%); em terceiro lugar aparece a região Nordeste com 115.508 toneladas (12%); o Centro-Oeste com 19.251 toneladas (2%); e Norte com 9.626 (1%).

A pesquisa também apontou quais os segmentos que mais consumiram plásticos reciclados em 2007. Os bens de consumo são os maiores demandantes do produto: os semiduráveis (utilidades domésticas, segmento têxtil, brinquedos, descartáveis, limpeza doméstica, calçados e acessórios), demandaram 52,3% dos plásticos reciclados em 2007; os bens de consumo duráveis (automobilístico, eletroeletrônico, móveis, entre outros), consumiram 18,7%. A agropecuária demandou 9,6% de reciclados, a construção civil, 11,9% e outras aplicações 7,5%.

O nível operacional médio da indústria brasileira de reciclagem de plásticos, em 2007, foi de 70,6% da capacidade instalada, que é de 1,5 milhão de toneladas. Para o presidente da Plastivida, Francisco de Assis Esmeraldo, a ociosidade ainda existente pode ser traduzida pela falta de ações efetivas por parte dos municípios no que diz respeito aos resíduos sólidos. “No Brasil, dos 5.564 municípios, somente 7% contam com coleta seletiva”, afirma o executivo.

Em relação aos cuidados ambientais que as empresas devem ter em seus processos produtivos, a pesquisa aponta que a totalidade delas, que faz a lavagem do resíduo plástico, tem algum tipo de tratamento de efluente como lagoas, decantadores e outros.

A pesquisa sobre o índice de reciclagem dos plásticos foi encomendada pela Plastivida à Maxiquim, consultoria especializada no segmento industrial.



Fonte: Marcio Freitas - Yellow Comunicação.