quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Marina critica corte de verba para Meio Ambiente


De Soraya Aggege e Maiá Menezes em O Globo:

A notícia do corte preventivo de 79% no orçamento do Ministério do Meio Ambiente teve forte repercussão no Fórum Social Mundial, que ontem centralizou os debates em torno da Amazônia e do aquecimento global.

A senadora e ex-ministra Marina Silva (PT-AC), que tem evitado críticas ao governo, se mostrou indignada. Disse que a medida é incoerente e contraditória.

A cúpula petista, concentrada no Fórum, evitou declarações formais, mas, nos bastidores, líderes se diziam constrangidos com a medida, que arrancou críticas de ativistas.

- Trata-se de uma incoerência com o nosso projeto. O orçamento do Meio Ambiente já é muito pequeno. Além disso, há uma falsa idéia de se cortar custeios do ministério, mas, nesse caso, as verbas são para a fiscalização do Ibama e para unidades de conservação criadas pelo próprio presidente Lula. O que faremos? Vista grossa?- disse Marina.

Leia mais em Marina acusa governo de incoerência por corte de verba do Meio Ambiente no Orçamento

O bloqueio de R$ 37,2 bilhões do Orçamento da União foi interpretado pela oposição como um indicativo claro de que a crise econômica é grave e, pela primeira vez, o governo estaria admitindo essa gravidade. Leia mais em Orçamento: oposição critica redução de investimento

Morre Dom Lourenço, natural de Itapui, ex-reitor do Colégio São Bento


RIO - Dom Lourenço de Almeida Prado, reitor emérito do Colégio São Bento, morreu na noite de quarta-feira, devido a complicações no sistema respiratório. O corpo está sendo velado na capela do Mosteiro de São Bento. Dom Lourenço, que ficou 46 anos à frente da reitoria da escola e ia completar 98 anos em maio, foi um dos grandes defensores do ensino apenas para meninos no São Bento.

Quando deixou o cargo, há sete anos, houve grande especulação sobre a possibilidade de o colégio abrir vagas para as meninas. Mas, apesar de o assunto não chegar a ser um tabu na escola, o fato é que, ainda hoje, não houve mudanças no sistema da tradicional instituição.

Mesmo depois de deixar a reitoria, Dom Lourenço continuou participando ativamente das atividades da escola, mas, nos últimos anos, devido a problemas de saúde, passava boa parte do tempo de cama. Ele estava internado na enfermaria que funciona na instituição. Às 16h desta quinta-feira será realizada missa de corpo presente e, em seguida, o corpo será sepultado no claustro do Mosteiro de São Bento, no Centro do Rio.

Nascido em Bica da Pedra (hoje, Itapuí, interior de São Paulo), formado em Medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1935), Nelson de Almeida Prado ingressou no Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro (1940), adotando o nome religioso de Lourenço, com profissão de votos monásticos em 11 de julho de 1941 e votos sacerdotais em 21 de dezembro de 1946. O nome Lourenço marcaria sua história como monge e, principalmente, como educador de reconhecida relevância na cultura brasileira.

Comungando idéias com o filósofo francês Jacques Maritain, Dom Lourenço deixa uma vasta bibliografia versando sobre o tema principal da Educação da Juventude. O ex-reitor do Colégio São Bento marcou seu nome como uma das figuras de destaque no cenário educacional brasileiro na 2ª metade do século passado.
Fonte: www.oglobo.globo.com

Fórum Mundial da Mídia Livre discute comunicação compartilhada


Midialivristas de todo planeta se reuniram em Belém, nos dias 26 e 27/1, para somar esforços e discutir a criação de novas formas de comunicação. No primeiro dia, foram organizadas duas mesas de debates, com os temas "Como ampliar o midialivrismo" e "Mídia e crise". No encerramento do encontro internacional da Mídia Livre, seus participantes uniram-se às milhares de pessoas que deram início ao Fórum Social Mundial, em sua nona edição, integrando-se à marcha que abriu oficialmente o evento.

Como ampliar o midialivrismo

Comunicação compartilhada foi um dos principais temas discutidos na mesa "Como ampliar o midialivrismo. Dentre os participantes da mesa estavam Gustavo Gindre (Intervozes), Sóter (Abraço), Ivana Bentes (UFRJ), Renato Rovai (Revista Fórum), Sérgio Amadeu (Cásper Líbero), Maria Pia (AMARC), Oona Castro (Overmundo). Gustavo Gindre (Intervozes) disse que a principal tarefa para que a mídia livre aconteça é "ampliar as vozes".

Sóter (Abraço) discorreu sobre a importância da democratização da comunicação e das rádios comunitárias. "A rádio comunitária é uma forma de estimular a auto-estima na comunidade, a partir da própria identidade cultural e de elevar a consciência crítica dos moradores da comunidade". Também defendeu que é necessário fazer um contraponto com a mídia e a radiodifusão comercial.

Ivana Bentes (UFRJ) explanou a atual situação da mídia hegemônica e a grande problemática das mesmas, gerada pela ligeireza das redações. Ela afirma que temos que pensar a mídia e lembrar a história de luta do jornalismo: "pensar em tecnologia e linguagem, sair do discurso onde, quem, quando... ainda não existe o entendimento do que é a convergência das mídias, das possibilidades de articulação da mídia livre brasileira com as globais. Precisamos de novas pautas. Não dá para continuar do jeito que está".

Renato Rovai (Revista Fórum) iniciou falando da grande mídia, do dinheiro que a sustenta e, em seguida, explicou o que é e quando começou a mídia livre, pontuiando as diferenças entre as duas. "Eles nos acusam de receber dinheiro do Estado. Vivem dizendo que os nossos veículos não existiriam se não fosse a publicidade oficial. Só que nenhum veículo comercial conseguiria viver um ano sequer sem contar com os recursos publicitários e subsídios desse mesmo Estado".

Sérgio Amadeu (Cásper Líbero) elucidou as possibilidades de comunicação oferecidas pelas novas tecnologias, em especial pela internet. Dentre elas está a diminuição dos custos e a agilidade para a difusão da informação. Completou exemplificando que escrever para um blog é muito mais barato que produzir um jornal impresso, sendo assim, com a internet todos passaram a ser produtores e receptores de informação. Sérgio afirmou, também, que sites como o Google, o Youtube e o Yahoo, os 3 mais acessados do mundo, concentram informações que norteiam a economia da informação. Essa economia da informação se dá pela audiência. Disse que a mídia livre é um espaço não somente para falar, mas também por ser ouvido.

Maria Pia (Overmundo) e Oana Castro (AMARC) finalizaram, defendendo a democracia da informação. A mídia livre não deve se tornar semelhante a mídia hegemônica, pois nela estão as novas possibilidades, proporcionadas pelos diversos olhares, para uma comunicação compartilhada.

Participaram da mesa os debatedores: Sérgio Amadeu (Cásper Líbero), Renato Rovai (Revista Fórum), Ivana Bentes (UFRJ), Sóter (Abraço), Antonio Martins (Le Monde Diplomatique), Michael Hardt - EUA (a confirmar), Oona Castro (Overmundo), Maria Pia (AMARC), Gustavo Gindre (Intervozes). Mais informações sobre o Fórum Mundial da Mídia Livre estão disponíveis no blog: http://forumdemidialivre.blogspot.com/

www.apn.org.br