segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Campanha com pessoas acima de 50 anos marca o Dia Mundial da Luta contra a Aids


Ministério da Saúde faz atividades focando o público heterossexual na faixa etária cuja incidência da doença dobrou de 1996 a 2006
Homens acima de 50 anos são o tema de campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids do Ministério da Saúde este ano. O governo preparou atividades em várias cidades do país para alertar a população em geral e principalmente esta faixa etária dos perigos da contaminação pelo vírus.

Com o slogan “Sexo não tem idade. Proteção também não”, o objetivo é diminuir a incidência do vírus entre os maiores de 50 anos, pois os números preocupam o ministério. Os casos passaram de 7,5 por 100 mil habitantes para 15,7 de 1996 a 2006.

Segundo a diretora do Programa Nacional de DST (doenças sexualmente transmissíveis) e Aids, Mariângela Simão, os preconceitos que cercam a vivência da sexualidade em pessoas acima dos 50 anos limitam e dificultam a abordagem sobre o HIV. “A Aids sempre foi vista como uma doença de jovens e adultos, como se a população mais velha não fosse sexualmente ativa”, afirma.

Preconceito
Outra preocupação do governo é diminuir o preconceito que os portadores da doença ainda enfrentam. De acordo com uma pesquisa feita com oito mil pessoas, de todas as regiões do país, a discriminação persiste até mesmo dentro das famílias.

Dos entrevistados, 19% acreditam que uma pessoa com Aids não deve ser tratada em casa; 22,5% disseram que não comprariam legumes ou verduras em um local onde trabalha um funcionário com HIV e 13% afirmaram que uma professora com Aids não pode dar aulas em qualquer escola. Os dados completos do levantamento serão fornecidos apenas em fevereiro.

Para discutir esta realidade, o Programa Nacional de DST e Aids preparou uma intervenção urbana que será apresentada na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Ao longo de todo o dia, um jovem ficará dentro de uma bolha transparente, impedido de tocar quem estiver no ambiente externo. O objetivo é levantar o debate sobre a exclusão vivida por quem tem o HIV ou sofre outros tipos de preconceito.

Números
Apesar da incidência de casos ter aumentado entre a população acima dos 50 anos, a maioria dos casos de Aids ainda está na faixa etária de 25 a 49 anos. Da população geral diagnosticada com Aids desde o início da epidemia até junho de 2008, foram identificados 333.485 (66%) casos em homens e 172.995 (34%) em mulheres.

Dados do Boletim Epidemiológico Aids/DST mostram que de 1980 a junho de 2008 foram registrados 506.499 casos no Brasil, sendo que nesse período ocorreram 205.409 mortes em decorrência da doença. A epidemia no país é considerada estável, sendo que a média anual de casos entre 2000 e 2006 é de 35.384.

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