sexta-feira, 6 de junho de 2008

Marina Silva: política ambiental se faz com o coração


Em entrevista concedida ontem ao Blog do Noblat (http://oglobo.globo.com/pais/noblat/), em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, a senadora Marina Silva (PT-AC) comemora as conquistas do Brasil na área ambiental e ensina: “Política ambiental não se faz com uma melancia na cabeça. Se faz com muito compromisso no coração, boas idéias na cabeça e uma boa capacidade ouvir”.



Comemoramos hoje o Dia Internacional do Meio Ambiente. O que a senhora comemora hoje e que há 15, 20 anos parecia um sonho impossível?
A grande comemoração que se pode ter usando o referencial da morte do Chico Mendes [em 1988] é a dimensão e a densidade com quê se trata hoje a questão da Amazônia. Há 20 anos, Chico Mendes era uma voz quase que isolada dizendo que a floresta era muito melhor em pé do que derrubada. De que era possível um processo de desenvolvimento que não era aquele de destruir a floresta para plantar capim e criar gado. Não tinha um envolvimento e o acolhimento dessa preocupação. A lógica era que tinha que transformar a Amazônia no Sul e no Sudeste. E os paradigmas que eram exportados de cá pra lá e importados de lá pra cá é que éramos atrasados porque éramos mato, e o Sul e Sudeste eram desenvolvidos porque não tinham florestas.

Se fosse me imaginar naquela época com idosos, crianças, 86 pessoas, como foi o caso do último empate que fizemos lá no Chapurí [município onde Chico Mendes foi assassinado], isso é um avanço abissal. Naquela época, a polícia estava ali para dar segurança aos fazendeiros, para que eles pudessem derrubar a floresta. Os seringueiros e os índios eram os mais vulneráveis. Hoje, 20 anos se passaram e você tem o Exército, a Polícia Federal, o Ibama, o ministério do Meio Ambiente, vários agentes do estado fazendo o empate institucional.

Hoje é um dia mais para se comemorar do que para lamentar então?
É um dia para se fazer as duas coisas. Comemorar as conquistas, que não são poucas. Hoje foi colocada uma equação para a humanidade e para o Brasil: como desenvolver com preservação dos recursos ambientais e como preservar com desenvolvimento? Essa equação não existia há 20 anos. É um dia para comemorar essa necessidade imperativa. E é um dia para se preocupar porque as condições efetivas para mudanças de paradigma para modelo de desenvolvimento ainda não estão colocadas. É a combinação de vários elementos de políticas públicas, da Academia, dos movimentos sociais, das organizações não-governamentais (Ongs), dos diferentes setores. A crise ambiental que se vive hoje no mundo deixou de ser um problema de ambientalistas. Virou um problema de todos. Querendo ou não, teremos que atravessar esse século tentando resolver essa equação.

Digamos então para os próximos dez anos, por onde o Brasil deveria se pautar para chegar a um nível excelente de modelo de desenvolvimento sustentável?
Diante da velocidade com que as coisas estão acontecendo, pensar em dez anos é um período muito grande em relação à velocidade dos problemas como eles se avolumam. São políticas que requerem um amadurecimento que não acontece da noite para o dia. Mas é fundamental ter a clara determinação de que estamos vivendo uma reflexão civilizatória: ou de fato produzimos mais com menos impacto na natureza, ou se a gente vai querer continuar a reproduzir nossa existência material causando mais malefícios à natureza. E aí vamos inviabilizar nossa própria existência.

Se eu penso numa perspectiva de dez anos, penso logo no enfrentamento das questões que levam ao aquecimento global, em mitigar os efeitos do clima e ao mesmo tempo criar mecanismos de adaptação às conseqüências que já estão em curso. Também em meios e estruturas de conhecimento técnico, de arranjos organizacionais nos mais diferentes níveis para enfrentar as vulnerabilidades, principalmente das pessoas mais empobrecidas de todas as regiões do planeta. E isso só se resolve com mudança de modelo de desenvolvimento, descarbonização das economias carbonizadas do mundo e a busca de economias limpas, no sentido de produção de energia renovável, e que o Brasil, se souber aproveitar, vai sair na frente.

Como podemos aproveitar então?
O Brasil tem 45% de matriz energética limpa. E ele deve continuar com uma economia descarbonizada, mas precisará de uma proposta de matriz energética que incorpore a diversidade. E não busque apenas alternativas que aparentemente possam parecer panacéias à primeira vista. Não apostar apenas em hidroeletricidade ou apostar em energia nuclear – que não se tem total solução para a questão dos resíduos ou da segurança -, mas buscar outros potenciais energéticos: energia eólica, solar.

Outro grande desafio é desvelar o desmatamento dos biomas em relação às emissões. 75% das nossas emissões vêm do desmatamento. Então, no caso do Brasil, esta é uma necessidade determinante: como enfrentar o desmatamento? Nos últimos três anos tivemos 59% de redução do desmatamento. Isso significou quase um bilhão de toneladas de CO2. Isso representa 14% de tudo que deveria ter sido reduzido pelos países desenvolvidos até 2012, desde o período de compromisso do protocolo de Kyoto.

Todavia, como não se andou na mesma velocidade o apoio às práticas de desenvolvimento sustentável, dos setores ligados à Agenda 21, agora com o aumento do preço das commodities, o aumento da estiagem, e o período eleitoral - que faz com que os governos estaduais não sejam solidários com as propostas do governo federal- , houve aumento do desmatamento. E que poderá levar o desmatamento a patamares indesejáveis em 2008. E logo após termos conseguidos uma conquista espetacular na preservação da Amazônia, da biodiversidade. Se o desmatamento da Amazônia tiver aumentando, todos nós perdemos.

A senhora fala de energias limpas. Os Biocombustíveis, que são a bandeira do presidente Lula no exterior já recebe críticas de que seria um dos vilões no aumento no desmatamento e no aumento da inflação dos alimentos. Daqui a pouco também teremos que frear alternativas que hoje são soluções?
Sem sombra de dúvidas. Essa é hoje uma grande oportunidade, mas não devemos deixar de reconhecer que um dia poderá ser uma ameaça. O Brasil tem tudo para lidar com uma Agenda só da oportunidade. Vai depender do zoneamento agrícola, de ter uma visão de não plantar cana de açúcar na Amazônia, vai ter que ter uma visão muito clara de que a produção de biocombustíveis não pode ameaçar a segurança alimentar, nem a proteção do Meio Ambiente. O Brasil não pode ficar resistindo à idéia de ter que certificar sua produção de biocombustível. Pelo contrário. O Brasil tem a oportunidade de ser o referencial. De colocar o paradigma. Biocombustivel será produzido no mundo como está sendo produzido no Brasil. Essa é a vantagem estratégica.

Depois de muita pressão do governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, o presidente Lula revogou parte da resolução do Conselho Monetário Nacional de proibir concessão de crédito oficial para municípios com alto índice de desmatamento do bioma amazônico – resolução essa que foi uma conquista da senhora. Não é frustrante ter acabado de sair do governo e ver suas decisões sendo criticadas pelo governador e revogadas pelo governo?
As coisas não são feitas em termos de pessoas. A minha saída não foi para desconstituir, foi para constituir. A pressão que estava vindo era mesmo para revogação das medidas, da retida dos embargues em área embargadas. Mas quando eu saí ainda não tinha nenhum texto em relação a essa resolução. Mas no dia que foi feito uma reunião interna no governo, na véspera da reunião com os governadores para o lançamento do PAS [Programa Amazônia Sustentável], o entendimento era que os agentes financeiros estavam com dificuldade de entender o alcance da portaria do ministério do Meio Ambiente.

Eles nos cobravam algum ato que deixasse isso claro, em relação às propriedades que ficavam dentro dos Biomas. Mas esse arranjo não foi feito comigo. E vale ressaltar que não foi revogada a decisão do Conselho Monetário, o que foi feito foi um ato é que são os próprios Estados – e isso a gente pode questionar, está sendo questionado - que devem decidir quais municípios estão dentro do bioma amazônico e quais não estão. Mas eles não podem fazer isso arbitrariamente. Existe um mapa ao qual devemos ficar alerta. Se esse mapa foi fraudado, qualquer um pode levar isso à Justiça. Todos nós temos que fiscalizar isso. O que ficou dito na reunião era que ficasse claro para os bancos. Apesar de que pra mim isso era até um preciosismo, porque a portaria já dizia que a regra valeria para os municípios que estavam 100% dentro da Amazônia.

O governador Maggi disse que se essa resolução do Conselho não fosse totalmente revogada influenciaria diretamente na alta da inflação no preço dos alimentos. Também é dele a afirmação de que “não é possível plantar sem derrubar a floresta”. Existe alguma verdade nessas afirmações?
Com certeza, para alguns setores que não estão pensando estrategicamente, a proteção da Amazônia, inclusive como parte de valorização do seu próprio empreendimento, sim. Existem aqueles que se movem pelo coração e pela razão. E pelo menos aqueles que não se movem pelo coração deveriam se mover pela razão, já que são pessoas muito inteligentes. Então, aqueles que não conseguem ter o alcance de ficar pensando no lucro fácil de dez anos, e sacrificando o lucro de milhares e milhares de anos, para eles, se não fosse essa argumentação, com certeza seria outra. Sempre vão arranjar uma argumentação para ser contra.
É claro que a crise dos alimentos é uma crise grave que deve ser tratada. Mas ela não se remete a um problema isolado do Brasil. O aumento do preço do petróleo, por exemplo, influencia toda a cadeia produtiva. Está colocado no mundo inteiro. E no caso do Brasil ele não pode render uma questão estratégica em curso.

Um programa que envolve três ministérios, governos estaduais, chegando a resultados incríveis de chegar a níveis de desmatamento de 17 anos atrás, quando tínhamos menos população, menos infra-estrutura e um baixíssimo, quase crescimento zero e comparar com uma realidade de 2007? As duas coisas devem ser resolvidas. Lamento muito porque eu trabalhei com o governador Maggi e o desmatamento no Mato Grosso tinha caído 72%. Esse não era o momento do governador, com a importância política e econômica que ele tem, sair da agenda de combater às práticas ilegais para ficar questionando as medidas. Essa agenda era para permanecer. Esse é um desafio de toda a sociedade.

A senhora sempre diz que a Amazônia está acima de nós. Está na hora de o Brasil correr atrás do prejuízo, investir mais na preservação da floresta, em fiscalização e controle, ou está na hora de perder o medo de falar em internacionalização da floresta?
Acho que a gente não tem sequer que discutir internacionalização da Amazônia. Esta questão não está colocada. Não há a menor hipótese em concordar com isso. Devemos, sim, é fazer cada vez mais e melhor nosso dever de casa. Às vezes você fica inseguro de deixar a porta aberta. Mas temos que fechar todas as brechas para não dar nenhum argumento de que não temos capacidade e compromisso se cuidar da Amazônia. A questão é ética. Os países desenvolvidos são interpelados pelo seu passado. Até me inspirei a falar isso numa entrevista que eu li de um psicanalista italiano chamado Contardo Calligaris, que ele diz que os Europeus são interrogados pelo seu passado, mas nós, os latino-americanos, somos interrogados pelo nosso futuro. Nosso passado é muito jovem. Em contrapartida temos todo o futuro pela frente. E podemos fazer diferente. E isso pode ser fundamental. Eles cometeram erros na preservação de seus biomas, mas não temos direito de reivindicar querer destruir os 60% que nós ainda temos.

A senhora deixou o ministério com a questão da política indigenista sendo criticada ora por militares da Amazônia, ora pelo próprio José de Anchieta, governador de Roraima, onde fica a reserva indígena Raposa Serra do Sol, homologada em área contínua pelo presidente Lula. O que significaria voltar atrás nessa homologação?
Um grande atraso civilizatório. O Brasil, quando os portugueses chegaram aqui, em 1500, eram cinco milhões de índios. Hoje são 400 mil. Eliminamos um milhão a cada século. Nem o povo judeu sofreu tal genocídio. Todavia, no Brasil ainda temos 220 povos. Recentemente saiu nos jornais fotos de populações isoladas no meu estado, o Acre. Isso é um tesouro, isso é uma vantagem civilizatória que qualquer país, qualquer povo mais do que deveria se orgulhar. Retroceder na demarcação das reservas indígenas, criar ilhas, é nos empobrecer. Porque seria também impor a essas comunidades que têm uma língua diferente, uma cultura diferente, uma economia diferente, uma espiritualidade diferente, a mesmice de sermos todos iguais. Para além das questões jurídicas, tem o empobrecimento do pouco que nos resgata. Plantar arroz faz parte da economia, mas plantar arroz pode ser feito em qualquer terra preparada para plantar arroz. Aquela cultura é só aquela ali. Da mesma forma que a população ocidental olha para Jerusalém como um ponto de referência, eles olham para o Monte Roraima e se identificam como seu ponto de existência no mundo.

E esses cinco anos à frente do ministério lhe rendeu uma vaga na lista do jornal britânico The Guardian sobre as 50 pessoas que podem salvar o planeta. Uma grande honra?
Acho que foi uma lista de 50 pessoas, da ciência, da política, da militância social, do mundo das artes, de todos os setores, exatamente como signos. Para mostrar que a questão é tão ampla, tão complexa, que não pode ser acatada só por ambientalistas, por políticos. Deve ser por toda a sociedade. Elas não estão substituindo a diversidade da sociedade para salvar o planeta. Ela está dizendo que devemos ser todos juntos ao mesmo tempo agora. Me sinto como a fração que representa esse todo ao mesmo tempo agora. Mas muito honrada, sem dúvida.

A senhora que é, claro, um símbolo internacional de preservação do Meio Ambiente, vai levantar essa bandeira agora no Senado, sem dúvida. Mas já tem algum projeto em especial para retomar os trabalhos com essa frente?
A lei de acesso aos recursos genéticos esta tramitando no Congresso há mais de 12 anos e que é fundamental para proteção e uso sustentável da biodiversidade, vai manter a floresta em pé, e buscar novos meios econômicos de nos desenvolver sem derrubar a floresta. Durante os cinco anos que fiquei no governo, batalhei exaustivamente para que houvesse um acordo sobre uma lei de acesso aos recursos genéticos que representasse essa visão atualizada de lidar com diferentes setores no momento de crise ambiental em que estamos vivendo. Infelizmente isso não foi possível. A resistência foi muito grande, mas, como senadora, vou lutar por isso. A agenda do desenvolvimento sustentável é o grande desafio. Não se trata de compatibilizar meio ambiente com desenvolvimento. Trata-se de desenvolver com sustentabilidade e de preservar com desenvolvimento. Política ambiental não se faz com uma melancia na cabeça. Se faz com muito compromisso no coração, boas idéias na cabeça e uma boa capacidade ouvir.

Transcrito do blog do Noblat (http://oglobo.globo.com/pais/noblat/)

Dia Mundial do Meio Ambiente, o Dia da Ecologia


Frei Pilato Pereira

A Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada em 1945, tendo como tarefa a segurança mundial através dos direitos humanos, da paz e do desenvolvimento socioeconômico. Naquele período não se fazia nenhuma menção à ecologia. Somente em 1972, com o Clube de Roma, é que se trata mundialmente sobre a situação da Terra. E o balanço feito nesse encontro denunciou uma crise de sistema global do planeta e propôs uma “terapia de limites ao crescimento”. Neste mesmo ano a ONU também organizou um encontro mundial em Estocolmo, na Suécia, que pela primeira vez tratou oficialmente sobre o meio ambiente. Nesta ocasião foi instituído o dia 5 de junho como o Dia Mundial do Meio Ambiente, o Dia da Ecologia. E também foi criado o UNEP (PNUMA) Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Na conferência de Estocolmo se confirmou que o meio ambiente deve estar no centro das preocupações da humanidade, e que o futuro da Terra depende do desenvolvimento de valores e princípios que garantem o equilíbrio ecológico.

Dez anos depois, em 1982, foi publicado, como seqüência desse processo, a Carta Mundial para a Natureza. No ano de 1987, a Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o desenvolvimento propôs a idéia do desenvolvimento sustentável. A comissão também sugeriu a Carta da Terra como um instrumento regulador das relações entre o meio ambiente e o desenvolvimento. O trabalho de redação deste documento foi sendo muito bem discutido em âmbito mundial até ser apresentado na Cúpula da Terra, realizada no Rio de Janeiro, em 1992 (Rio 92). Não havendo consenso, em seu lugar foi adotada a Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. Em 1995, no encontro de Haia, na Holanda, foi criada a Comissão da Carta da Terra para realizar uma ampla consulta mundial sobre o assunto. Em 1997 esta comissão foi ampliada, tendo em seu corpo a participação de 23 personalidades mundiais. E o teólogo brasileiro Leonardo Boff é um dos integrantes dessa equipe. Após um primeiro esboço do documento em 1997, no Fórum Rio+5, e um segundo esboço em 1999, o texto foi oficialmente reconhecido em março de 2000 e endossada pela ONU em 2002.

Olhando para nossa história recente, percebemos que nas últimas três décadas já ocorreram muitas conferências, com importantes declarações sobre o Meio Ambiente. Foram vários acordos, tratados, convenções, convênios, protocolos, resoluções, emendas, conferências e etc. Pessoas sérias e comprometidas procuram refletir e buscar soluções para a preservação da vida no Planeta. Mas, parece que a maioria das autoridades, pessoas que detém os poderes, não se empenham dignamente em prol da Ecologia. E as muitas declarações feitas, assumidas e assinadas por grandes autoridades também vão se degradando por causa da irresponsabilidade de quem poderia colocá-las em prática, mas se deixam condicionar por entraves estruturais e burocráticos e por políticas protecionistas.

Depois de tantas e importantes declarações sobre a questão ambiental, o que falta agora, é uma grande e verdadeira Declaração de amor à natureza, ao meio ambiente, à vida. Podemos dizer: uma declaração de amor pela Ecologia, assumida por toda a comunidade humana. Mas, este amor não pode ser declarado apenas nos discursos, nas cartas escritas, nos documentos assinados. O amor pela Ecologia, o amor ecológico, precisa ser declarado em fatos, acontecimentos, atos e gestos concretos que simbolizem um comprometimento real com a vida, com todas as formas de vida que sofrem ameaças. Tem que ser uma história de amor e não apenas um conjunto de declarações. O amor, por ser um sentimento sublime na pessoa humana, deve ir além da sentimentalidade e ser um valor moral e ético que rege as ações e o modo de viver.

Neste Dia Mundial da Ecologia, creio que as circunstâncias nos desafiam a resgatar o amor existente entre nós humanos e a natureza, resgatar nossa fraternidade universal. Como fez São Francisco de Assis em sua vida, o que expressa no Cântico das Criaturas. Precisamos nos reconciliar com a Vida. E para bem celebrar o Dia da Ecologia, também é importante lembrar os passos progressivos que a humanidade vem dando no rumo da sustentabilidade. Mas precisamos nos penitenciar pela lentidão desta caminhada, pela falta de vontade e interesse com que são tratados os problemas da humanidade e do planeta. O desenvolvimento ou o crescimento econômico não deve ser a questão de emergência. O emergencial hoje é ter alimento na mesa de todos, é promover a paz, os direitos da pessoa humana e o cuidado com a natureza. O emergente é a vida clamando por dignidade. E isto precisa ser celebrado neste Dia Mundial da Ecologia e ser vivenciado durante todos os outros dias.

www.olharecologico.blogspot.com

TSE muda regra sobre coligações para eleições 2008


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou ontem, por maioria, mudança no critério das coligações entre partidos para as eleições municipais deste ano. Só poderão formar coligação para disputar eleições proporcionais (para vereadores) os partidos que participem de coligação na disputa das eleições majoritárias (para prefeitos).

O julgamento foi interrompido no último dia 27 de maio, quando o ministro Eros Grau pediu mais um tempo para analisar o pedido. Ontem, o ministro votou a favor da mudança seguindo o relator, Ari Pargendler, corregedor-geral do TSE.

A proposta de alteração foi feita pelo ministro Marcelo Ribeiro. A redação anterior permitia a liberação irrestrita para a formação de coligações.

Redação Terra

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Terceira edição do Rock in Rio Lisboa abre as portas com lotação esgotada


Lisboa, 30 mai (EFE).- A terceira edição do festival de música Rock in Rio Lisboa abriu suas portas hoje para as cerca de 90 mil pessoas que esgotaram os ingressos para ver nomes como Lenny Kravitz, Amy Winehouse e Ivete Sangalo.

O principal headliner da noite de hoje será o americano Kravitz, que apresentará em Portugal seu último disco "It is Time For a Love Revolution".

No entanto, as maiores expectativas são acerca da apresentação de Amy Winehouse, que nos últimos tempos vem sendo presença mais constante nos tablóides sensacionalistas do que nos cadernos culturais.

A cantora inglesa, vencedora de cinco prêmios Grammy, estará acompanhada de nove músicos e interpretará as músicas mais conhecidas de seus dois álbuns, "Frank" e "Back to Black", que venderam mais de 10 milhões de cópias.

A noite tem ainda a brasileira Ivete Sangalo, que tocou nas duas edições anteriores do festival, e será a responsável por aquecer o ambiente com sua música alegre e seu ritmo frenético.

Amanhã o festival continua, com as atuações dos brasileiros do Skank, da cantora Alanis Morrissette, do americano Bon Jovi e do cantor espanhol Alejandro Sanz. No domingo, o dia inclui a jovem revelação Tokio Hotel , a soul woman Joss Stone e o veterano Rod Stewart.

Na próxima quinta-feira, o dia será dedicado ao rock pesado, com nomes como Metallica, Machine Head, os portugueses do Moonspell e a Apocalyptica. O festival será encerrado na sexta-feira, com Kaiser Chiefs, Muse, Offspring, Linkin Park e os cubanos do Orishas.

Boa parte destes artistas atuarão também na edição do Rock in Rio de Madri, que contará ainda com nomes como Carlinhos Brown, Shakira, Neil Young, Bob Dylan e The Police, entre outros.

Esta é a terceira vez que o festival é realizado em Lisboa. Na primeira edição, em 2004, o evento atraiu 385 mil pessoas, e na segunda, em 2006, outras 350 mil.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Brasil é vaiado em conferência ambiental por causa de biocombustíveis

Gilberto Costa*

Brasília, DF - Diplomatas brasileiros que negociam acordos ambientais na 9ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP-9), foram vaiados nesta terça-feira passada (20) durante a reunião, que acontece em Bonn, na Alemanha, após votarem contra o "princípio da precaução" na produção dos biocombustíveis.

Além das vaias em plenária, o país foi criticado por cerca de 200 manifestantes brasileiros e estrangeiros que usavam camiseta laranja em alusão ao fogo do desmatamento. Segundo a organização não-governamental (ONG) Terra de Direitos, a camiseta laranja tinha na frente os dizeres: "Brasil e Alemanha: comprometidos com a destruição da biodiversidade. Não compre este acordo".

A frase é uma referência ao recente acordo energético assinado entre os dois países, que inclui exportação de etanol e cooperação nuclear.

"A expansão da fronteira agrícola atualmente é a maior causa de perda de biodiversidade; então, o fato de o Brasil se opor a essa discussão nessa plenária demonstra claramente a irresponsabilidade do Brasil em relação a esse modelo. É uma postura absolutamente injustificada", apontou assessora jurídica da ONG, Maria Rita Reis.

Na avaliação da Terra de Direitos, a posição do governo brasileiro, favorável à produção dos biocombustíveis, é "insustentável".

Os ambientalistas temem que a expansão das lavouras de cana-de-açúcar, matéria-prima do etanol brasileiro, empurre a produção de alimentos e a pecuária para a floresta e aumente o desmatamento na Amazônia. Na avaliação do pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Adalberto Veríssimo, essa possibilidade torna o país "bastante vulnerável" às críticas de estrangeiros.

"O Brasil vai continuar numa posição difícil, de tentar explicar o inexplicável. Não tem mais sentido o desmatamento no século 21 no patamar que se desmata na Amazônia, que é muito elevado", lembrou.

O superintendente de conservação para os programas regionais do WWF-Brasil, Cláudio Moretti, reconhece que há desinformação e "entendimento equivocado" sobre a produção de biocombustíveis no Brasil. No entanto, avalia que o país erra na negociação diplomática sobre o tema.

"Nós entendemos que a postura correta é negociar abertamente critérios socioambientais que sejam firmes e claros, agora não dá para aceitar isso quando o Brasil se coloca nos fóruns mundiais como se fosse perfeito: porque nós produzimos energia limpa, que é da hidrelétrica, daí não se discute os impactos da hidrelétrica; produzimos o combustível mais adequado que não é o petróleo, é o biocombustível e não aceita questionar que a sua forma de produzir biocombustíveis está errada", argumentou.

Os ambientalistas também defendem que o Brasil adote medidas mais rigorosas de controle do estudo de sementes geneticamente modificadas e isole a produção de alimentos transgênicos.





Fonte: REBIA Sul / Denise de Mattos Gaudard / Envolverde /
*Agência Brasil.

domingo, 25 de maio de 2008

Venda de votos dá prisão


Fabiana Leal

O eleitor que receber dinheiro ou outra vantagem para votar em um candidato pode pegar de um a quatro anos de reclusão, mais multa criminal de 5 a 15 dias. A venda do voto pelo eleitor, assim como a compra pelo candidato ou a pedido dele, estão previstas como crime no artigo 299 do código eleitoral. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN), são raríssimos os casos de ação contra vendedor de voto. Nos últimos anos, não há registros no TRE do Estado.

» TREs prevêem indeferimentos
» TSE gastará R$ 500 mi com eleições
» TSE orienta sobre arrecadação
» Opine sobre a venda de votos

Segundo a assessoria do TRE-RN, os partidos acham que não vale a pena entrar com ação contra alguém que vendeu o voto por R$ 10. Preferem punir quem está comprando e configurar como abuso do poder político e econômico.

Esse tipo de processo começa nas zonas eleitorais, se houver recurso vão para os TREs, pois não são da competência da Justiça comum. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), nos casos de venda de votos, o vendedor geralmente entra como testemunha e não como réu no processo. Com isso, quem responde ao processo é o comprador.

"Normalmente, alguém comunica (o crime) para delegacias de polícia ou para as promotorias eleitorais. Não é um dos crimes mais fáceis de comprovar. Mas tem situações em que isso acontece", disse o promotor de Justiça Pedro Roberto Decomain. Segundo ele, gravações de som, imagem, depoimento de testemunhas valem como provas. "Às vezes o eleitor até admite (que fez a venda)."

Segundo o promotor, geralmente o vendedor de votos pega uma pena mínima. Ele cumpre determinadas condições durante um período e não é condenado. Durante o cumprimento da pena, ele não pode se mudar sem comunicar juiz, não pode se ausentar da zona eleitoral e deve apresentar-se mensalmente ao fórum.

De acordo com Decomain, a urna eletrônica não pode ser utilizada como prova de venda de voto, porque não vincula a pessoa ao voto e também implicaria quebra de sigilo do voto.

Redação Terra

terça-feira, 13 de maio de 2008

Marina pede demissão


Leia a carta de demissão da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, entregue nesta terça (13) ao presidente Lula por intermédio do chefe de gabinete, Gilberto Carvalho:

"Caro Presidente Lula,

Venho, por meio desta, comunicar minha decisão em caráter pessoal e irrevogável, de deixar a honrosa função de Ministra de Estado do Meio Ambiente, a mim confiada por V. Excia desde janeiro de 2003. Esta difícil decisão, Sr, Presidente, decorre das dificuldades que tenho enfrentado há algum tempo para dar prosseguimento à agenda ambiental federal.



Agradeço também o apoio decisivo, por meio de atitudes corajosas e emblemáticas, a exemplo de quando, em 2003, V. Excia chamou a si a responsabilidade sobre as ações de combate ao desmatamento na Amazônia, ao criar grupo de trabalho composto por 13 ministérios e coordenado pela Casa Civil. Esse espaço de transversalidade de governo, vital para a existência de uma verdadeira política ambiental, deu início à série de ações que apontou o rumo da mudança que o País exigia de nós, ou seja, fazer da conservação ambiental o eixo de uma agenda de desenvolvimento cuja implementação é hoje o maior desafio global.

Fizemos muito: a criação de quase 24 milhões de hectares de novas áreas de conservação federais, a definição de áreas prioritárias para conservação da biodiversidade em todos os nossos biomas, a aprovação do Plano Nacional de Recursos Hídricos, do novo Programa Nacional de Florestas, do Plano Nacional de Combate à Desertificação e temos em curso o Plano Nacional de Mudanças Climáticas.

Reestruturamos o Ministério do Meio Ambiente, com a criação da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e do Serviço Florestal Brasileiro; com melhoria salarial e realização de concursos públicos que deram estabilidade e qualidade à equipe; com a completa reestruturação das equipes de licenciamento e o aperfeiçoamento técnico e gerencial do processo. Abrimos debate amplo sobre as políticas socioambientais, por meio da revitalização e criação de espaços de controle social e das conferências nacionais de Meio Ambiente, efetivando a participação social na elaboração e implementação dos programas que executamos.

Em negociações junto ao Congresso Nacional ou em decretos, estabelecemos ou encaminhamos marcos regulatórios importantes, a exemplo da Lei de Gestão de Florestas Públicas, da criação da área sob limitação administrativa provisória, da regulamentação do art. 23 da Constituição, da Política Nacional de Resíduos Sólidos, da Política Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais. Contribuímos decisivamente para a aprovação da Lei da Mata Atlântica.

Em dezembro último, com a edição do Decreto que cria instrumentos poderosos para o combate ao desmatamento ilegal e com a Resolução do Conselho Monetário Nacional, que vincula o crédito agropecuário à comprovação da regularidade ambiental e fundiária, alcançamos um patamar histórico na luta para garantir à Amazônia exploração equilibrada e sustentável. É esse nosso maior desafio. O que se fizer da Amazônia será, ouso dizer, o padrão de convivência futura da humanidade com os recursos naturais, a diversidade cultural e o desejo de crescimento. Sua importância extrapola os cuidados merecidos pela região em si, e revela potencial de gerar alternativas de reposta inovadora ao desafio de integrar as dimensões social, econômica e ambiental do desenvolvimento.

Hoje, as medidas adotadas tornam claro e irreversível o caminho de fazer da política socioambiental e da economia uma única agenda, capaz de posicionar o Brasil de maneira consistente para operar as mudanças profundas que, cada vez mais, apontam o desenvolvimento sustentável como a opção inexorável de todas as nações.

Durante essa trajetória, V. Excia é testemunha das crescentes resistências encontradas por nossa equipe junto a setores importantes do governo e da sociedade. Ao mesmo tempo, de outros setores tivemos parceria e solidariedade. Em muitos momentos, só conseguimos avançar devido ao seu acolhimento direto e pessoal. No entanto, as difíceis tarefas que o governo ainda tem pela frente sinalizam que é necessária a reconstrução da sustentação política para a agenda ambiental.

Tenho o sentimento de estar fechando um ciclo cujos resultados foram significativos, apesar das dificuldades. Entendo que a melhor maneira de continuar contribuindo com a sociedade brasileira e o governo é buscando, no Congresso Nacional, o apoio político fundamental para a consolidação de tudo o que conseguimos construir e para a continuidade da implementação da política ambiental.

Nosso trabalho à frente do MMA incorporou conquistas de gestões anteriores e procurou dar continuidade àquelas políticas que apontavam para a opção do desenvolvimento sustentável. Certamente, os próximos dirigentes farão o mesmo com a contribuição deixada por esta gestão. Deixo seu governo com a consciência tranqüila e certa de, nesses anos de profícuo relacionamento, termos feito algo de relevante para o Brasil.

Que Deus continue abençoando e guardando nossos caminhos.

Marina Silva"

segunda-feira, 12 de maio de 2008

CNMA aprova mais de 650 propostas com destaque para educação ambiental


JB Online

BRASÍLIA - Terminou na madrugada deste domingo (11/05) a terceira edição da Conferência Nacional do Meio Ambiente, em Brasília, que teve as mudanças climáticas como tema central. O evento reuniu mais de 1.200 delegados de todo o país, que aprovaram cerca de 650 propostas na plenária final após quase cinco dias de debates. Na avaliação do secretário de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Hamilton Pereira, responsável pela coordenação de todo o processo da CNMA, um dos destaques ficou por conta da inclusão da educação ambiental em uma parte significativa das propostas finais.

-O conjunto das políticas propostas para a área da educação ambiental chama a atenção porque revela a percepção dos setores que se mobilizaram para a conferência da necessidade de mudança do comportamento, de mudança no padrão de produção e consumo. Mostra que a sociedade brasileira recolheu esse tema, agendou, pautou e está trabalhando numa perspectiva que aponta para as gerações futuras - disse.

Para ele, a conferência ficou acima da expectativa.

-Estamos coroando um processo que foi altamente amplo. Nós alcançamos todos os estados da federação e a qualidade do que vimos aqui é muito reveladora da profundidade desse processo - acredita.

Durante a conferência nacional 16 grupos de trabalho discutiram propostas de mitigação e adaptação às mudanças do clima em áreas como saúde, recursos hídricos, florestas, transporte, agropecuária, indústria, entre outras. O texto-base, formulado a partir das propostas colhidas nas mais de 700 conferências municipais e estaduais, com a participação de cerca de 100 mil pessoas, contava com mais de cinco mil proposições.

O último dia da conferência teve debates acalorados em torno de temas polêmicos como a transposição do Rio São Francisco e a construção de rodovias na Amazônia. Para a secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Thelma Krug, outros pontos aprovados na plenária também são polêmicos como o uso de plantas exóticas no reflorestamento. Para ela ainda há um preconceito em relação ao uso das exóticas apesar de elas fazerem parte de alguns biomas. "Muitas coisas poderão ser aproveitadas no plano (de mudanças climáticas) e outras terão que ser reavaliadas. Ainda não é possível definir um percentual do que será aproveitado, mas vamos trabalhar nisso", afirmou.

Segundo Hamilton Pereira, as resoluções serão consolidadas pelo Ministério do Meio Ambiente e encaminhadas ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva para auxiliar na elaboração do Plano e da Política Nacional de Mudanças do Clima. "Faremos com que esse material, vindo da sociedade, chegue às mãos do presidente Lula para que o governo consulte as outras áreas aqui mencionadas e venha a incorporar essas propostas no projeto de lei que será encaminhado ao Congresso Nacional", explicou.

Você sabia que o governo brasileiro defende as baleias em reuniões internacionais como a CBI (Comissão Internacional da Baleia)?

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Santuário de Baleias do Atlântico Sul

Desde 1999 o Brasil propõe a *criação do Santuário das Baleias do Atlântico Sul*, que proteje nossas baleias de qualquer ameaça. Para isso, precisamos de 3/4 dos votos dos países participantes.

Contamos com a sua assinatura para pedir ao Lula que o Santuário das Baleias do Atlântico Sul finalmente seja criado!

Faça parte dessa conquista, as baleias agradecem!

Um forte abraço,

Leandra Gonçalves
Coordenadora da Campanha
de Baleias


http://www.greenpeace.org.br/baleia/

sábado, 10 de maio de 2008

ONGs criticam propostas do governo e do Congresso para Amazônia

Agência Brasil

BRASÍLIA - Representantes de organizações não-governamentais (ONGs) ambientalistas estão recolhendo assinaturas durante a 3° Conferência Nacional do Meio Ambiente contra propostas do Executivo e do Legislativo, que, segundo eles, vão aumentar a grilagem e a exploração ilegal dos recursos naturais da Amazônia.

De acordo com um dos coordenadores de Políticas Públicas do Fórum Brasileiro de Organizações Não-governamentais (Fbons), Álvaro De Angelis, as mais de 300 assinaturas serão utilizadas para aprovar moções de repúdio ao Projeto de Lei 6.425/2005 e à Medida Provisória 422/2008, entre as resoluções finais da Conferência, que serão votadas amanhã (10).

- O PL 6424/2005 é conhecido 'Floresta Zero', porque permite a redução da área de reserva legal da Amazônia de 80% para 50%, bem como anistia os madeireiros e sojeiros que atuaram de maneira ilegal sobre a floresta - apontou De Angelis. O projeto, de autoria do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), já foi aprovado no Senado e está em tramitação na Câmara dos Deputados.

Batizada de “Programa de Aceleração da Grilagem” pelos ambientalistas, a medida provisória questionada foi assinada em março pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aumenta de 500 para 1.500 hectares o limite de terras passível de regularização fundiária sem licitação pública.

- Não se pode oferecer uma bolsa grilagem; e sim avançar em reforma agrária, o que não está acontecendo no momento - argumentou De Angelis. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) argumenta que a medida vai identificar produtores e favorecer o controle do Estado na Amazônia.

Na avaliação do representante do Fbons, as medidas estimulam a grilagem de terras e favorecem a devastação da Amazônia.

- Ao anistiar aqueles que cometeram ilícitos ambientais, com conhecimento de que assim o faziam, estamos estimulando não só que ações como essa aconteçam novamente, bem como o avanço sobre outros biomas, como o cerrado e a caatinga.

As resoluções da 3° Conferência Nacional do Meio Ambiente serão votadas no sábado, durante a plenária final. O encontro reúne cerca de 2.000 pessoas, entre representantes de governos, empresários e sociedade civil.